Meia-noite e meia. A boate vazia. Ao redor da pista, ou diante do balcão do bar, umas dez pessoas, no máximo, conversam e bebem cerveja. Ninguém se atreve a dançar sob os globos espelhados. Na área externa, sobre um pufe, um rapaz parece estar cochilando. Uma hora depois, tudo continua na mesma.
Antes de desistir da balada, porém, saiba que, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, a noite portenha é animadíssima. Só que começa tarde. "Aqui a festa só começa mesmo por volta das duas horas", afirma a garçonete para os estrangeiros incrédulos, já dispostos a pagar a conta.
Não é conversa fiada. Meia hora depois, o local parece outro. A pista está lotada. Se você é daqueles, como eu, que não se acaba durante o dia porque sabe que as noites bonairenses têm muito a oferecer, aqui vão algumas dicas preciosas para “beber y bailar”. Comece no Mundo Bizarro, um bar alternativo, original e “sexy” para curtir o melhor do rock e deliciar-se com excelentes “tragos” num lugar que se define como autêntico bar de coquetelaria. Se quer algo mais sofisticado, a dica é o Isabel, bar “pré-balada” num clima alto astral, com música boa e gente bonita. Já virou um dos preferidos da cidade. O Isabel é um bar que fica grudado no Casa Cruz, restaurante que é reduto dos brasileiros em Buenos Aires. Ele é inclusive dos mesmos donos. A proposta, no entanto, é completamente diferente, pois o Isabel está voltado para happy hours prolongados e “aquecimento” para outras festas. Tem pratos para jantar, mas não sei se tem clima pra isso. O ambiente é alucinante. Um público eclético se divide harmonicamente entre os que ficam colados no bar, os que ficam sentados nas mesas redondas e os que preferem ficar zanzando de pé pra lá e pra cá. No balcão da entrada, você paga pelas isabelinas, as fichas que são a moeda vigente na casa. Não me perguntem quanto custa uma dessas. Só sei que eu gastei bem mais do que deveria. Outra boa opção de bar pra quem quer começar a aquecer as turbinas mais cedo é o L'Abeille, um lounge escondido em um dos quarteirões mais pitorescos de Buenos Aires. Consegue ser um elegante e discreto bar de bairro com área de fumantes no andar de cima - onde fica uma sala barulhenta repleta de modelos e garrafas. No térreo, um ambiente mais tranqüilo para beber depois do trabalho e comer iguarias gourmet como caviar uruguaio e ostras frescas. O décor da Arte Deco evoca a belle époque de Buenos Aires.Tem fôlego para esticar? Se você não quer voltar da capital argentina sem uma noite de tango mas não quer ir às casas tradicionais, vá ao “El Boliche de Roberto”, o bar de Esteban Perez que já está na 3a geração da família e foi criado por seu avô em 1930. Aqui o tango é voltado para o púlico jovem, onde músicos locais se apresentam diariamente. Lugar onde se vive o tango e não apenas se assiste um show. Já o The Roxy é o templo do rock em Buenos Aires. Mas rock para dançar! Tem 2 pistas, uma com palco onde os melhores rock covers se apresentam e lotam a casa nos finais de semana. Para quem quer se divertir até o amanhecer, nas quintas feiras, acontece a noite mais “under” de Buenos Aires, o “Club 69”, no Niceto Club em Palermo. Todos os ritmos: house, rock, cumbia, reagge, punk. Shows de drags e b-boys, gente alegre, bonita e afim de diversão até o raiar do dia.
Endereços:
Mundo Bizarro – Serrano, 1222 - Palermo Viejo - fone: 4773 1967
Isabel
- Uriarte, 1664
Palermo Soho –
Fone: 4834.6969
L’Abeille -Arroyo 872, entre Siupacha e Esmeralda – Fone: 4314-2213
El Boliche de Roberto - Calle Bulnes, 331– Almagro
Niceto Club - Rua Niceto Vega esquina Humboldt - Palermo
The Roxy - Av. Casares esquina Av. Sarmiento (em frente ao planetário), fone: 4777.0997
No site www.adondevamos.com há uma lista com casas noturnas de diversos estilos, com endereço, telefone e descrição sobre o que há de mais interessante em cada local.
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