sexta-feira, 18 de março de 2011

Estoy aquí, quierendote!


De tanto passar vacaciones na vizinha Buenos Aires (a primeira vez foi aos 20 anos) passei a ser um cidadão sazonal na capital argentina. Isso me valeu amizades, romances e até um filho, esse que vocês lêem agora. Segundo eu sei, a “vizinha” tem 3 milhões de habitantes, 202 km2 de área, 48 bairros, 200 teatros, 200 cinemas e 3.500 restaurantes. Claro que eu ainda não consegui conhecer tudo isso mas... com tempo, dinheiro e boa vontade eu chego lá! Se você já conhece Buenos Aires, gastou sapato caminhando pelas ruas centrais, pela praça de Mayo e pela "calle" Florida, jogou moedas em chapéus de dançarinos no Caminito do bairro La Boca e conheceu o estádio La Bombonera, talvez seja tempo de investir na exploração de salões elegantes, grandes museus, cafés e jardins recônditos da capital.
Para colher um pouco do clima europeu da metrópole, siga as dicas abaixo, que mostram que a cidade recuperou o velho charme, a despeito da crise econômica que empobreceu o país no início do século 21.


Segue um pequeno “the best of” pra você ir esquentando o bandoneón e entrando no espírito porteño de um blog feito pra você viajar nas buenas ondas:
Melhor bar:
Café Tortoni (cafetortoni.com.ar)
Café Los Angelitos (cafelosangelitos.com.ar)
Café Las Violetas (lasvioletas.com.ar)
“El 8” (878bar.com.ar) sem identificação na porta
Post (pub) – Thames 1885, esquina Nicarágua (Palermo)
Margot (Av. Boedo com rua San Ignacio)

Melhor lugar para ir a 2:
Las Cañitas
Jardin Japonês
El Planetario (planetario.gov.ar)
Feria de San Cristobal (Avenida Entre Rios con Independência)
Katmandu (romida Indiana, katmandu.restaurant.com.ar)

Melhor lugar para comer uma parilla:
El Mirasol (elmirasol.com.ar)
Pobre Luis
Don Julio
Niña Bonita (ninabonita.com.ar)

Melhor lugar para fugir da parrilla:
La Parolaccia (laparolaccia.com.ar)
Freud and Fahler (cozinha de autor)
Casa Felix (vegetariano de autor)
Pura Tierra (puratierra.com.ar)
El Obrero (La Boca)
La Martita (peixes e mariscos, rua Cochabamba com Colombres)

Onde conhecer o tango:
Madero (maderotango.com)
Michelangelo (tangoshow.com)
La Viruta (lavirutatango.com)
La Ideal (confiteriaideal.com)
Clube Fernandez Fierro (caff.com.ar)
Bar de Roberto (barderoberto.com.ar)

Onde fugir do tango:
Notorious (jazz)
El Gran Bar Danzon (granbardanzon.com.ar)
Thelonious (theloniousclub.com.ar)

Filmes sobre a cidade:
Luna de Avellaneda (2004)
Pizza, Pirra y Faso (Pizza, cerveja e cigarro – 1998)
Esperando la carroza
Happy Together (1997- Won Kar Wai)


Livros sobre a cidade:
El palacio de la noche (1987- Pablo de Santis)
Adan Buenosayres (1948- Leopoldo Marechal)
Bad Times in Buenos Aires (Miranda France – Ed. Orion Press)
Ficções (Jorge Luis Borges – Companhia das Letras)

Medialunas e Empanadas no país dos Alfajores.


Uma culinária argentina mais frugal que o "asado" ou a "parillada" (tipos de churrasco) encanta - e muito- o estômago dos turistas. Experimentar "facturas", "vigilantes" "media lunas", "tortitas negras", sanduíches de miga, empanadas, sorvetes e outras "cositas" mais é uma maneira de adentrar a alma portenha pela vereda das comidinhas.
Todas essas guloseimas são encontradas em padarias e cafés. "Factura" é o nome geral para os pãezinhos doces que ganham formas e recheios distintos. As "media lunas" são croissants em formato de meia-lua. Já os "vigilantes" são pães compridos e podem ter uma cobertura de chantilly ou de "membrillo", um tipo de geléia de fruta vermelha. As "tortitas negras" têm forma arredondada e são salpicadas com açúcar. Há também os "cucuruchos", que lembram os canudinhos das antigas festas de aniversário, recheados com doce de leite.
Outra comidinha com feição de aniversário de criança é o sanduíche de miga, feito com fatias bem finas de pão de fôrma sem casca -algumas com recheio simples, como queijo e presunto, e outros mais elaborados-, que realmente fazem parte do cardápio para comemorar "cumpleaños". As tradicionais empanadas argentinas (tipo de pastel que vai ao forno) dispensam comentários e, além de ricamente saborosas, custam apenas 1 peso cada uma.
A interação não é só na esfera dos comestíveis, mas nos bebíveis. Peça com gana um "cortado" ou uma "lágrima". O primeiro é um café com uma gota  de leite. Mas, se quiser leite só com uma gota de café , peça o segundo. 
Nesse menu de integração, não deixe de se lambuzar com os sorvetes. Argentinos são fanáticos pelos "helados" e comentam que no Brasil não se toma o verdadeiro sorvete. No país, peça "um quarto". São 250 g de sorvete, mas forre o estômago antes para não se sentir enjoado ou escolha um "cucurucho" (casquinha).
Atualmente, a nova onda portenha é ir à sorveteria Persicco e não mais ao Freddo, umas das "heladerias" mais famosas do país. Há sabores tradicionais mesclados a novidades, como o doce de leite caseiro com brownie, o mascarpone e o chocolate com cereais banhados em chocolate branco.
Além do gelado normal -e bastante calórico-, há opções com leite de soja, light e kosher. O detalhe é que, às duas da manhã, se enfrenta fila no Persicco.



Mi casa es tu casa.


Escolher o hotel de acordo com o que você tem como prioridade economiza alguns milímetros de sola de sapato.
Em Buenos Aires, os hotéis podem ser divididos em três grupos: os que ficam no centro, nos arredores da rua Florida, os que ficam na Recoleta, de perfil mais requintado, e os que ficam em Palermo, de jeito descolado.
Quem está em busca de seguir o roteiro tradicional do turismo bonairense deve optar pelo primeiro grupo, pois estará próximo da plaza de Mayo, das Galerias Pacífico, do Café Tortoni, de todo o circuito tradicional. A oferta de hotéis nessa região é grande. Lá ficam clássicos e modernos, como o Faena (US$ 385, a diária para o casal, com café; www.faenahotelanduniverse.com), cujo interior foi desenhado pelo francês Phillippe Starck.
 Já o Sofitel Buenos Aires fica num prédio art déco de 1929, que foi a primeira torre de apartamentos da cidade e que tem suítes decoradas com obras de fotógrafos argentinos consagrados, como Aldo Sessa.  A Recoleta é a opção para quem tem nas elegantes ruas do bairro o seu principal objeto de passeio. Lá está o mais tradicional hotel da cidade, o Alvear (US$ 330, para o casal, com café; www.alvearpalace.com). Quem quiser se hospedar no bairro por menos, pode ficar no Loi Suites (US$ 250, para o casal; www.loisuites.com.ar), um três estrelas.
  Já para os que querem flanar por Palermo há muitas hospedarias, todas com propostas charmosas.
Uma boa indicação -a melhor relação custo-benefício do bairro- é a Casa Palermitano (www.casapalermitano.com). A diária para o casal, com café, custa US$ 45. A casa, de 1890, fica em um canto mais tranqüilo do bairro. Foi reformada pela proprietária no fim do ano passado. Então, tem instalações novas.
Os quartos têm pé-direito duplo, o café da manhã é farto, o acesso à internet é gratuito- há dois computadores conectados-, e a proprietária, Lorena Romero, mexicana que tem um papagaio chamado Lucas, ajuda os hóspedes no que puder: faz reserva de restaurante e indica bons bares.
É preciso atentar também para a disponibilidade de quartos. Como são pousadas pequenas, as reservas devem ser feitas com antecedência. A Che Lulu (US$ 57, para o casal, www.chelulu.com) está sempre lotada. Para se hospedar lá, é bom ter bastante planejamento para fazer as reservas com meses de antecedência.
A Casa Bernarda (US$ 55, para o casal, www.bernardahouse.com.ar) também é bastante requisitada.
Outra boa hospedaria no bairro é a Solar Viejo Palermo (US$ 70, para o casal, www.solarviejopalermo.com.ar), numa bela casa antiga, com jardim. Já para quem quer um hotel que é luxo em cada detalhe, o lugar é o Ultra Hotel (www.hotelultra.com) na esquina das ruas Gurruchaga e Gorriti (foto acima).
Segue minha listinha de recomendações de hotéis de bom padrão e não muito caros (não tenho os telefones, mas todos estão num site que é o www.destinia. com)
Hotel NH FLORIDA - San Martin , 839 - Buenos Aires -centro
Hotel Sarmiento Palace -Sarmiento, 1953 - Buenos Aires -centro
Hotel 562 Nogaro Buenos Aires - Av. Julio Roca, 562 - centro
Hotel CAMBREMON -Suipacha , 30 - Buenos Aires -centro
Hotel Golden Tulip - Callao, 181 - recoleta
Hotel Aspen Suites - Esmeralda, 933 - centro
Hotel Ibis Congreso - Hipolito Yrigoyen, 1592 - centro
Hotel Rochester Concept -Maipu, 572 -centro
Hotel Days Inn Comfort -Viamonte, 1501
Apart Recoleta - Guido , 1948 - recoleta
Hotel Ayres de Recoleta - J. E. Uriburu , 1756 -recoleta
Hotel Dolmen - Suipacha, 1079 - centro

Unas compritas ? Claro que si!


Ir às compras em Buenos Aires inclui tropeçar em artigos de couro e de lã, itens nos quais nossos "hermanos" têm tradição e, dada a grande oferta, preços baixos.
O destino mais óbvio dos compradores de plantão é a calle Florida, uma rua fechada, estilo calçadão, salpicada de lojas de ambos os lados. Ali se encontram de lojas de suvenires-clichês a grifes, passando por vitrines tradicionais, com um ar antiguinho.
Por conta da grande concentração de turistas nessa rua há apresentações de tango e de instrumentistas, todos em busca de um trocado. Também de olho nos pesos, há batedores de carteira e outros truqueiros rondando a região. O visitante é alertado dezenas de vezes pelos comerciantes para tomar cuidado.
Nessa rua fica o shopping Galerías Pacífico (Florida, 753), também um hit, em prédio histórico.
Com perfil mais ou menos parecido, mas com preços mais baixos, a avenida Santa Fé é indicada pelos portenhos. Eles compram ali. Isso porque ela não tem o mesmo apelo turístico, principalmente nas galerias comerciais.
Também no nível dois está o Pátio Bullrich, shopping com lojas coquetes e até mais elegante do que o Galerías Pacífico.
Já os especialistas em barganhas vão direto para a avenida Córdoba, onde há dezenas de outlets e pontas-de-estoque de marcas estrangeiras. Vá de táxi para a Avenida Córdoba, esquina com Lavalleja. Nas primeiras quadras estão as famosas marcas locais, Koziuko, Ayres, Allo Martinez, Ossira, Wanama e PortSaid (no decorrer do passeio apareceram três lojas Portsaid (vale recorrer às três). Ao chegar à Avenida Scalabrini Ortiz, pare no Havana para tomar um café e se deliciar com um dos seus alfajores.
Cruzando a avenida, avista-se a concorrida Levi’s e logo depois a gigante Nike com suas variedades de tênis, camisetas, agasalhos e camisas oficiais do Boca Juniors. Também dê uma espiada na Complot com suas roupas lindas e divertidas. Seguindo, você verá as lojas Como Quieras Que Te Quieres, Cheeky, Grisino, todas com roupas para crianças (também imperdíveis!).
Daí e só caminhar e curtir lojinha após lojinha, passando também pela chic Chocolate, até chegar à Calle Gurruchaga. Dobre à esquerda e caminhe mais quatro quadras. À altura do número 897 estão a Prune (Calle Gurruchaga, 855) e Blaque, lojas famosas de bolsas, cintos e carteiras. Virando à direita, na Calle Aguirre, você encontrará as imperdíveis Puma, Caro Cuere (lingerie), PortSaid, Cacharel, Timberland, e La Martina. A Lacoste fica na Gurruchaga, na frente da Prune, esquina com Aguirre.

Para quem quiser produtos argentinos, fugindo do lugar-comum, a parada é Palermo e as suas subdivisões (Chico, Viejo, Hollywood e Soho). É ali que ficam as lojas dos "diseñadores" (criadores) de objetos e de moda. São lojas pequenas, com produtos assinados. Quem busca criações locais deve ficar de olho na Oma Design (www.omadesign.com), associação que reúne criadores locais e expõe as peças em feira no fim do ano.

terça-feira, 15 de março de 2011

Comer y beber.


Dizem que São Paulo é a capital mundial da gastronomia. Pode ser. Mas aí está um motivo para os argentinos sentirem mais raiva dos brasileiros que no futebol. Buenos Aires é o paraíso pra quem quer comer bem e frequentar lugares charmosos sem pagar tanto quanto no Brasil. A seguir algumas sugestões de restaurantes para todos os gostos, provadas e aprovadas.

CASA CRUZ- Se você quer um jantar num restaurante muito sofisticado, o endereço é esse. Absolutamente sem identificação, mas chama atenção pelas portas enormes em bronze. Entre, passe por uns cortinões vermelhos, depois um grande bar oval e  perceba que o lugar é impactante em todos os sentidos. Exclusivo e fashion. Fashion da decoração ao staff, composto por jovens modelos. A comida é divina e cara. Os vinhos também. Mas vale a pena para quem quer uma noite especial na capital argentina. Uriarte, 1658 - Palermo Soho - Fone: 4833.1112 - 

SUCRE é uma caixa de concreto, em frente ao Parque Palermo. Freqüentado pelo beautiful people portenho, é um pouco barulhento. A cozinha fica à vista e a adega é uma caixa-dentro-da-caixa  que ocupa o centro do salão. Além do restaurante e do disputado bar, o Sucre tem também um lounge com lareira onde, pode-se conversar e beber. A comida é saborosa e com influências mediterrâneas, latino-americanas e também, com algumas releituras da típica cozinha argentina. É bom fazer reservas. Calle Sucre, 676 (entre Castañeda e Alcorta). / f: 4782.9082. Bairro Belgrano.

GRAN BAR DANZÓN - O bar-restaurante-lounge está na moda. A dica é pedir uma taça de vinho -há uma grande disponibilidade de rótulos servidos em taças. Se quiser jantar, chegue cedo. E, para fazer boa figura, capriche na roupa. O local é freqüentado pelo povo da moda. Libertad, 1.161, Retiro; tel.: 00/xx/54/11/4811-1108

OLSEN
 
Outro lugar da moda, com cara de bar e cardápio de restaurante. São identificáveis grupos de freqüentadores como publicitários, cineastas e atores. Sente no balcão e peça um dos muitos -e ótimos- drinques feitos com vodca. A especialidade é a comida escandinava. E, para comer, chegue cedo ou faça uma reserva.

 Gorriti, 5.092; Palermo Viejo; tel.: 00/xx/54/11/4776-7677 
MILIÓN -
 Um casarão aristocrático do começo do século 20 teve todos os seus cômodos restaurados e transformados em bar e restaurante. É um dos lugares mais bonitos da noite portenha e uma ótima opção para começar a balada, antes de ir ao vizinho Leaving. Também pode valer a pena conhecer o restaurante, com menu contemporâneo de inspirações típicas argentinas. Paraná, 1.048, Retiro; tel.: 00/xx/54/11/4815-9925
 
QUIBOMBÓ - Restaurante bacana com 2 andares, lindo ambiente, bom atendimento e boa comida. Vale muito a visita. Peça para sentar na varanda, do segundo andar, mesmo quando estiver frio, porque os aquecedores estarão ligados. O lugar é uma delícia. Climinha meio Ásia, com madeira, sofás, luz de velas. Calle Costa Rica, 4562, Palermo Viejo. Tel. 4831-5556.
TE MATARÉ RAMIREZ - Restaurante afrodisíaco, bem careiro (uma média de 70 pesos cada prato), comida regular, porém o ambiente e o cardápio é muito interessante. O som é muito bom e de vez em quando (se informe antes) o restaurante promove shows como danças eróticas, teatro e literatura erótica e outros. O tema da casa é sugestivo, vale a pena conhecer. Calle Gorriti, 5054 – Palermo. Tel. 4831-9156

LELÉ DE TROYA: (Calle Costa Rica, 4901 y Thames – Palermo. Tel. 4832-2726). Funciona em uma casa bem bacana. Cada ambiente é diferente do outro. A calçada é o único lugar em que se pode fumar, lembra as mesas ao ar livre dos filmes de mafiosos, coberta por pergulado e parreiras, e o salão térreo leva a Ásia com sofás vermelhos, mesas baixas e almofadas. O salão do primeiro andar é branco, com mesas de boteco e o do último é um mezanino ao ar livre onde acontecem festas.

FREUD & FAHLER - (Calle Gurruchaga, 1750 y Russel – Palermo. Tel. 4833-2153). Restaurante pequeno com saladas e pratos quentes bem gostosos. Tem combinações de menu de almoço a um bom preço.

ACABAR -  Bar/restaurante com uma decoração bem legal cheia de objetos e cores. O bar é grande e cada cômodo é decorado de um jeito. Você pode pegar um jogo de tabuleiro e se divertir com os amigos sem pagar nada. O lugar vive cheio, fecha tarde mas o atendimento é péssimo, se você tiver paciência vale a visita. Calle Honduras, 5733 entre Bonpland y Carranza – Palermo Hollywood. Tel. 4772-0845/4776-3634

MIRANDA - A especialidade é o bife a milanesa, servido apenas no almoço durante a semana e sempre como parte do menu executivo (7 acompanhamentos à escolha mais entrada, bebida, café e sobremesa). Peça por milanesa ou simplesmente “mila”. Carne muito bem assada, clima gostoso, vale a pena. Calle Costa Rica, 5602 y Fitz Roy – Palermo Hollywood. Tel. 4771-4255. 9h/2h.

BEREBER - Comida marroquina. Seg a sex das 20h30 até fechar. Sab e dom das 12h até fechar. Calle Armenia, 1880 – Palermo. Tel. 4833-5662

GUIDO’S BAR - Ao lado do zoológico. Restaurante ítalo-argentino com menu fixo, nem o vinho se escolhe. Come-se muito bem. As paredes são forradas com posters de cinema, placas com dizeres, ditados, provérbios, piadas em espanhol e italiano. No banheiro masculino a pornografia está estampada nas paredes. Porém, ficou famoso e cobra caro. Um menu de almoço onde se come bastante sai por 50 pesos. Especialidade: massas. Eu não comi lá mas dizem que é muito bom. Calle Rep. da India, 2843 – Palermo. Tel. 4802-2391. Das 7h/0h
NOTORIOUS - Na frente é uma loja de discos com café, no fundo tem o restaurante/bar que dá para um jardim. Comida boa a um preço bom. No jantar geralmente tem shows ao vivo (jazz, blues, mpb) num mini palco. Av. Callao, 966. Tel. 4813-6888.
ENFUNDÁ LA MANDOLINA: Cozinha portenha atípica, ambiente informal, poucos turistas, uma delícia. Decoração de badulaques pendurados nas paredes. Faça reserva, pois vive lotado. Não aceita cartão. Calle Salguero, 1440 – Palermo. Reservas: 4822-4479.

DALE PEREJIL AL TORO: Parrilla porteña, ambiente com muita luz natural e cores. Terça a sábado, só à noite. Domingos para almoço. Não aceita cartões. Calle Estado de Israel, 4483 – Palermo. Reservas: 4861-2052.
DE OLIVAS I LUSTRES - Restaurante de tapas, decoração com muitos objetos estranhos e antigos. Faça reserva. Há apenas duas opções no cardápio: tapeo mediterraneo e tapeo criollo, a primeira opção dá pra dois e custa mais ou menos 47 pesos. Seg a sab, só à noite. Calle Gorriti, 3972 – Palermo. Reservas: 4867-3388.
LA COCINA DISCRETA - Conseguir que um argentino convide você a visitar seu lar pode levar meses. Mas você pode pagar para conhecer uma das várias casas que compartilham suas cozinhas com estranhos.
O La Cocina Discreta, em Villa Crespo, é um dos restaurantes da onda "restô privê". Além da mesa com TV, do violão ao lado e dos xampus no banheiro (a cama eles escondem), ajuda a fazer o cliente se sentir em casa o fato de que o dono do fogão, Alejandro Langer, morou em SP. O cardápio tem preço fixo, sem bebidas, e três opções de pratos, em que o rolê de frango agridoce com batata doce glaceada se destaca. No fim, a "Rô" espera com você, no portão, o táxi chegar.
Tel. 4772-3803 – o endereço é informado no momento da reserva. Qui a sáb a partir das 21h.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Paris? No, Recoleta!

 
Antes de Palermo se tornar "cool", o lugar era a Recoleta. Aristocrático, arborizado, boêmio, cultural e histórico ao mesmo tempo, o bairro fazia valer o título de pedaço de Europa na América do Sul. A Recoleta reunia o que havia de melhor na cidade.
E ainda mantém o nível, reinventando-se sem perder sua história. Estão ali edifícios célebres, marcos e endereços obrigatórios de Buenos Aires, como a Faculdade de Direito, o Museu Nacional de Belas Artes, o Centro Cultural, o Cemitério da Recoleta e a Basílica de Nossa Senhora do Pilar, que é do século 18. Tudo rodeado pelas praças e parques mais bonitos da cidade. Faça todo esse circuito a pé.  Se você estiver afim de uma experiência gastronômica única, uma boa dica é o almoço executivo do hotel Alvear, o mais tradicional da cidade (uma espécie de Copacabana Palace deles). Trata-se de um chiquérrimo buffet-livre por um módico preço de 50 dólares. Ou então permita-se tomar o chá da tarde servido desde 1932 no salão L'Orangerie do mesmo hotel. A louça do jogo de chás é de Limoges e fica guardada num armário central. A seleção de chás lista vários tipos: preto, verde, aromatizados, de ervas e regionais, como o flores do sul, que é uma mistura de itens patagônios. Na verdade, o chá completo nesse salão, que fica dentro de um jardim de inverno, vale por um jantar. Outro passeio imperdível no bairro é conhecer o antigo Palacio Duhau que foi comprado pela rede de hotéis Park Hyatt. É o hotel mais sofisticado de Buenos Aires e simplesmente visitá-lo já é um programa turístico dos melhores com seus jardins, restaurantes, sua galeria de arte e seu spa. Tudo muito elegante num endereço também elegante, em frente ao fino Shopping Patio Bullrich, Avenida Alvear 1661. É tambem nesse bairro que encontra-se um dos melhores lugares pra se pegar um cineminha, o shopping Village Recoleta, com 16 salas na esquina das ruas Junin e Vicente López. Não muito longe da Recoleta, convém conhecer o centenário Teatro Colón, projeto dos arquitetos Francisco Tamburini, Victor Meano e Julio Dormal.
Inaugurado em 1908, é reconhecido internacionalmente pela excelente acústica e tido como a sala lírica de maior envergadura da América Latina.
O tour guiado pelo Cólon inclui visita aos camarins e é sempre iniciado por um aluno de canto, que, trajando vestes teatrais, solta a voz com um trecho de ópera no hall de entrada.

Buenas Artes.


Reserve pelo menos um turno da sua viagem para conhecer o acervo de algum dos 3 preciosos museus de arte da capital argentina. A primeira dica é o tradicional Museu Nacional de Belas Artes (www.mnba.org.ar), cujo acervo conta com mais de 10 mil obras. Além de arte argentina, há pinturas de artistas de várias épocas e de renome mundial, como Francisco Goya, Monet, Van Gogh e Picasso.
 Outro que merece igual destaque (e que é o meu preferido) é o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o ultramoderno Malba (www.malba.org.ar), inaugurado em 20 de setembro de 2001 para servir de sede a um acervo que, hoje, reúne 280 obras contemporâneas.
 Dono do "Abaporu" (1929), de Tarsila do Amaral, pintura emblemática do modernismo brasileiro, o Malba pertence à uma fundação dirigida pelo financista Eduardo Costantini.
 Inicialmente, a coleção de Costantini não tinha sede e se atinha a obras de artistas plásticos argentinos e uruguaios. Com o tempo, o acervo foi adquirindo um caráter latino-americano, reunindo uma coleção notável. Há no Malba um auto-retrato saído do cavalete da mexicana Frida Khalo em 1942 e a obra-prima "Manifestação" (1934), imenso painel de conteúdo político pintado pelo argentino Antonio Berni.
 Integram a lista dos autores do Malba pintores como Di Cavalcanti, Portinari, Xul Solar e Pedro Figari.
 O próprio prédio, arrojado, é uma imponente obra de arquitetura contemporânea, o primeiro em Buenos Aires construído exclusivamente para abrigar um museu. A luz natural foi bastante aproveitada nos ambientes, e há ainda terraços para esculturas, auditório, restaurante e loja de livros e objetos de arte e decoração.

 Já na Coleção Fortabat, o visitante se depara com 230 peças de Amalia, importante empresária e colecionadora de arte da Argentina. Entre as obras mais marcantes, destacam-se "A Defunta Correa" (1971-1976), de Antonio Berni (1905-1981); um pop e colorido retrato da própria Amalia (1980), assinado por ninguém menos que pelo americano Andy Warhol (1928-1987); e o trabalho interessantíssimo do argentino Xul Solar (1887-1963), influenciado pela astrologia e pelo esoterismo. 
Nessa mistura de nacionalidades e estilos que toma conta da coleção, o visitante se depara ainda com máscaras egípcias e vasos gregos que datam de antes de Cristo, e com um mosaico bizantino do século 5º. O prédio em que fica a Colección de Arte Amalia Lacroze de Fortabat, feito em aço e vidro para privilegiar a vista para Puerto Madero, tem quatro andares, e foi projetado pelo uruguaio radicado em Nova York Rafael Viñoly.
MUSEO NACIONAL DE BELLAS ARTES
Av. Libertador, 1473.
Aberto de terça a sexta das 12.30 as 20.30 hs; Sab, dom e feriados das 9.30 as 20.30, tel: 00/xx/54/11/5288.9900
MALBA (MUSEO DE ARTE LATINOAMERICANO DE BUENOS AIRES)
Avenida Figueroa Alcorta, 3.415; Aberto de quinta a segunda (e feriados), das 12h às 20h, e às quartas até as 21h; fecha às terças; a entrada custa 15 pesos para adultos e 8 pesos para maiores de 65 anos; crianças menores de cinco anos não pagam
tel.: 00/xx/54/11/4808-6500
COLECCIÓN DE ARTE AMALIA LACROZE DE FORTABAT
Olga Cossettini, 141, Puerto Madero Este; Aberto de terça a sexta, das 12h às 21h, e aos sábados e domingos das 10h às 21h; fecha às segundas; a entrada custa 15 pesos; crianças menores de 12 anos pagam 8 pesos
tel.: 00/xx/54/11/4310-6600